Neila Alckmin, uma pitonisa brasileira
Vaticinar significa realizar vaticínios, prever o futuro, antecipar
conhecimentos que ainda irão acontecer, vislumbrar as janelas do Amanhã,
atravessando a névoa do incognoscível.
Os seres humanos em seus
processos civilizacionais sempre
procuraram as artes divinatórias com a expectativa de poder
alterar as vivências dos mortais,
buscando no universo da imortalidade uma verossimilhança, na
versão mitológica dos deuses e semideuses.
Extraordinária cerebração do Além, verdadeira metamorfose dos
ciclos da vida, a observar os ritos de passagem, indevassáveis e ritualísticos.
O que move este proceder milenar?
Sem dúvida, o móvel é a curiosidade humana!
Diz-nos a mitologia grega, que Hera, esposa de Zeus, filha de Cronos
e Réia, levou 300 anos para aceitar seu consorte, até desposá-lo finalmente,
ciente que o sedutor, todo poderoso, era um mulherengo do Olimpo. Foi
seduzida, a protetora do casamento, da fidelidade e das mulheres casadas.
Haja ciúme e curiosidade conjugal! O eterno querer saber das andanças
masculinas.
Dionísio, Deus do libido, também conhecido como Baco, criador
dos bacanais romanos (não confundir com o ilustre e recatado escritor
Deonísio da Silva), marcou época na Antiguidade.
Assim, os pobres mortais sempre procuraram as pitonisas em seus
oráculos, célebres como o de Apolo, em Delfos, na Grécia Antiga; a feitio do
Oráculo de Ámon, na Líbia; do Oráculo de Zeus, em Olímpia; afim de que
pudessem conhecer o futuro de suas existências.
O Brasil, paraíso tupiniquim, não fugiu à regra mitológica, com o
advento da sacerdotisa mineira Neila Alckmin, famosa médium vidente
de Conceição do Rio Verde, que exerceu extraordinário fascínio perante os
políticos brasileiros, inclusive JK, fundador da Capital Federal.
A casa de Neila, no sul de Minas Gerais, tornou-se polo de romaria
nacional de brasileiros e estrangeiros, que procuravam receber premonições para dirimirem suas questiúnculas, entre eles o Governador do Pará,
à época Jader Barbalho, em companhia de quem voltou-se para Brasília, de
carona, em seu jatinho Lear Jet.
Lá estava, também, José
Correia Gomes, o Grande Orador
das Grandes Lojas do Distrito
Federal, tribuno de escol, senhor
de vastíssimo conhecimento
acerca da espiritualidade, quando
relembrou William Shakespeare,
o vate de Stratford Upon on Avon.